Pequenina e saborosa, a cobiçada especiaria se destaca pelo suave aroma e se adapta perfeitamente aos pequenos e clássicos frascos. E, não são dos pequenos frascos que provêm os melhores perfumes?
Provavelmente o fogo mais perfumado de toda a história tenha sido inflamado nas florestas das ilhas Moluccas – a única província da Indonésia em que apenas de 10% da área da superfície total da terra se faz acima do nível do mar –, por volta do começo do século XIX. As fontes do delicioso cheiro exalado descenderam das árvores do cravo-da-índia que, enquanto ardiam em chamas, podiam ser detectados por milhas e milhas de distância.
Zona de transição entre a fauna e a flora asiática, suas 1000 ilhas, aproximadamente, suportavam uma população de menos de 1,7 milhão de pessoas e detinham o monopólio desse comércio. Por isso, quando o homem descobriu o delicioso sabor do cravo-da-índia, Moluccas ficou fragilizada pela invasão de outros povos, como os portugueses, os ingleses e os holandeses que estavam em busca do “ouro negro” – isso porque seu peso chegou a valer mais do que o próprio ouro.
Como o cravo-da-índia havia se transformado em uma das especiarias mais caras do mundo ocidental, a idéia de incendiar as árvores partiu justamente dos holandeses na tentativa de não estocar o produto. Com isso, conseguiam lucrar mantendo os preços altos. Mas os nativos dessa área acreditavam que a vida das árvores estava relacionada à vida das suas crianças e rebelaram-se contra os invasores. A revolta foi conduzida por Pattimura, que ficou conhecido como um dos heróis da Indonésia.
Hálito Puro
Nessa época, os especialistas imaginavam que o cravo-da-índia florescia somente em Moluccas, mas estavam errados. A árvore cresce em clima tropical montanhoso, em locais onde, costuma-se dizer: pode-se ver o mar. Tanto que registros confirmam a presença da especiaria no oriente onde já era, há muito tempo, importante para milhares de chineses.
Um dado, no mínimo curioso, mostra que durante a dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.), as pessoas que quisessem se dirigir ao imperador Wu, deveriam prendem alguns ting hsiang, ou cravos-da-índia, na boca para que seu hálito permanecesse puro e refrescante. E, em alguns locais da Índia e da Pérsia, ainda hoje são atribuídas propriedades afrodisíacas à especiaria.
Suas sementes foram cruzando fronteiras, atravessando mares e chegando em ilhas africanas como a de Madagascar, antiga colônia francesa, e também Zanzibar. Gradualmente, esses lugares se transformaram nos principais produtores de cravo-da-índia do mundo. Esse alimento faz parte do grupo de especiarias que motivaram os portugueses a chegar à Índia por mar. É bem provável que no Brasil, o cravo-da-índia tenha chegado através dos lusos. Hoje ele é cultivado em regiões quentes.
Formato de Prego
O botão do cravo-da-índia, Syzygium aromaticum, é composto por uma haste e uma cabeça. Essa descrição também se adapta à uma ferramenta muito conhecida dos marceneiros: o prego. Após o plantio, a árvore começa a florescer em aproximadamente 7 anos e continua a produzir cravos até os 80 anos.
Os brotos devem ser escolhidos imediatamente quando as cabeças dos cravos desenvolverem a coloração rosa claro – antes que se abrem. Se a flor desabrochar, o cravo-da-índia não terá valor como especiaria. Uma árvore madura, geralmente produz 18 quilos em uma safra. E, cada quilo, possui, aproximadamente 14 mil brotos. Após serem secos, a tonalidade da haste muda para o marrom escuro e, as cabeças, para o marrom um pouco mais claro e, durante o processo de secagem, chegam a perder dois terços do seu peso colhido.
O cravo-da-índia é usado no famoso Worcestershire sauce (molho inglês) e largamente aproveitado como tempero na cozinha. Seja para macerar caça, temperar couve ou até para aromatizar vinho quente e ponche, como era do costume da antiga nobreza que, também, selecionava os pratos que seriam aromatizados com a especiaria. No mercado, encontra-se inteiro ou em pó.
Outra utilização é para perfumar cigarros, chamados de kretek na Indonésia. O óleo de cravo é muito utilizado na cosmética e na indústria farmacêutica e as suas propriedades são conhecidas no tratamento de cáries dentárias. O cravo-da-índia é um importante ingrediente e muito utilizado como fragrância dos incensos japoneses.
Provavelmente o fogo mais perfumado de toda a história tenha sido inflamado nas florestas das ilhas Moluccas – a única província da Indonésia em que apenas de 10% da área da superfície total da terra se faz acima do nível do mar –, por volta do começo do século XIX. As fontes do delicioso cheiro exalado descenderam das árvores do cravo-da-índia que, enquanto ardiam em chamas, podiam ser detectados por milhas e milhas de distância.
Zona de transição entre a fauna e a flora asiática, suas 1000 ilhas, aproximadamente, suportavam uma população de menos de 1,7 milhão de pessoas e detinham o monopólio desse comércio. Por isso, quando o homem descobriu o delicioso sabor do cravo-da-índia, Moluccas ficou fragilizada pela invasão de outros povos, como os portugueses, os ingleses e os holandeses que estavam em busca do “ouro negro” – isso porque seu peso chegou a valer mais do que o próprio ouro.
Como o cravo-da-índia havia se transformado em uma das especiarias mais caras do mundo ocidental, a idéia de incendiar as árvores partiu justamente dos holandeses na tentativa de não estocar o produto. Com isso, conseguiam lucrar mantendo os preços altos. Mas os nativos dessa área acreditavam que a vida das árvores estava relacionada à vida das suas crianças e rebelaram-se contra os invasores. A revolta foi conduzida por Pattimura, que ficou conhecido como um dos heróis da Indonésia.
Hálito Puro
Nessa época, os especialistas imaginavam que o cravo-da-índia florescia somente em Moluccas, mas estavam errados. A árvore cresce em clima tropical montanhoso, em locais onde, costuma-se dizer: pode-se ver o mar. Tanto que registros confirmam a presença da especiaria no oriente onde já era, há muito tempo, importante para milhares de chineses.
Um dado, no mínimo curioso, mostra que durante a dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.), as pessoas que quisessem se dirigir ao imperador Wu, deveriam prendem alguns ting hsiang, ou cravos-da-índia, na boca para que seu hálito permanecesse puro e refrescante. E, em alguns locais da Índia e da Pérsia, ainda hoje são atribuídas propriedades afrodisíacas à especiaria.
Suas sementes foram cruzando fronteiras, atravessando mares e chegando em ilhas africanas como a de Madagascar, antiga colônia francesa, e também Zanzibar. Gradualmente, esses lugares se transformaram nos principais produtores de cravo-da-índia do mundo. Esse alimento faz parte do grupo de especiarias que motivaram os portugueses a chegar à Índia por mar. É bem provável que no Brasil, o cravo-da-índia tenha chegado através dos lusos. Hoje ele é cultivado em regiões quentes.
Formato de Prego
O botão do cravo-da-índia, Syzygium aromaticum, é composto por uma haste e uma cabeça. Essa descrição também se adapta à uma ferramenta muito conhecida dos marceneiros: o prego. Após o plantio, a árvore começa a florescer em aproximadamente 7 anos e continua a produzir cravos até os 80 anos.
Os brotos devem ser escolhidos imediatamente quando as cabeças dos cravos desenvolverem a coloração rosa claro – antes que se abrem. Se a flor desabrochar, o cravo-da-índia não terá valor como especiaria. Uma árvore madura, geralmente produz 18 quilos em uma safra. E, cada quilo, possui, aproximadamente 14 mil brotos. Após serem secos, a tonalidade da haste muda para o marrom escuro e, as cabeças, para o marrom um pouco mais claro e, durante o processo de secagem, chegam a perder dois terços do seu peso colhido.
O cravo-da-índia é usado no famoso Worcestershire sauce (molho inglês) e largamente aproveitado como tempero na cozinha. Seja para macerar caça, temperar couve ou até para aromatizar vinho quente e ponche, como era do costume da antiga nobreza que, também, selecionava os pratos que seriam aromatizados com a especiaria. No mercado, encontra-se inteiro ou em pó.
Outra utilização é para perfumar cigarros, chamados de kretek na Indonésia. O óleo de cravo é muito utilizado na cosmética e na indústria farmacêutica e as suas propriedades são conhecidas no tratamento de cáries dentárias. O cravo-da-índia é um importante ingrediente e muito utilizado como fragrância dos incensos japoneses.
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